Zorra,
quem escreve as quatro e vinte da manhã? Eu, Bruno Máriston, aluno de Letras e
escritor, além de paranoico, escrevo as quatro e vinte da manhã. Uma vez tive um surto deste, muito estranho,
mas não conta, eu estava apaixonado por uma menina linda chamada Rosa. Agora...
Bom, agora eu nem sei o porquê de estar acordado, imagina só o de escrever.
Fiz
uma prova na faculdade, falava sobre as teorias de aquisição da linguagem e as
dicotomias de Saussure, a Linguística Moderna é ótima, principalmente se
levarmos em consideração a outra matéria ministrada pela ótima professora
Claudia Norete, Fonética. Bom voltando a falar de dicotomias, ainda não sei
muito sobre as de Saussure, entretanto das minhas já estou calejado: Poeta vs
Teórico, Menino 18 anos vs Monitor e componente da iniciação científica,
Inteligência promissora vs Aluno de Licenciatura, além de namorado de Priscila
vs galã, não daqueles de novela, mas com palavras dos mais belos romances de
Nicholas Sparks (lábia).
Poeta
é maluco. Sem mais, só queria justificar este meus escritos devaneiosos. Dando prosseguimento, eu estava recitando na quarta-feira na bienal, foi
ótimo, tratava-se de um recital importante, não por ser na Bienal, muito menos
pela quantidade pouco significativa de pessoas, mas pela oportunidade de estar
com os caras que me arrastaram para dentro da poesias: um bombeiro e revoltado,
chamado Leandro, professor meu de ensino médio, no C.P.M- Lobato, cara que me
convidou para recitar no seu evento, Fala Escritor; O outro é um velho gordo e
de bigode chamado Jorge Carrano, esse é o cara que pega em meu pé, me xinga de
tudo quando é nome e que prometeu-me lançar o
meu primeiro livro.
Começou
o recital, lá estavam o melhor recitador que tive a honra de presenciar, o poeta
Luiz Menezes de Miranda, foi o apresentador do evento. Após alguns poetas
transformarem suas dádivas em significantes, quem me perdoem os linguistas,
maiores do que significados e tão sublimes que ultrapassam a barreira do signo,
disse Luiz:
- F
C, venha até o Palco!
Meu
coração gelou e não consegui mais encará-la, pois sabia que com o microfone
estava a primeira garota que me pedira um autografo e que outrora eu, sem a
menor intenção, partira o coração (Ela nutria sentimentos por mim, entretanto
eu estava apaixonado por uma outra garota, Priscila). Ela estava com uma
expressão tensa e não conseguia desviar o olhar, quase tive um infarto quando
ela começou a recitar um dos poemas que para mim tinha feito. Eu não sei como
concluir a contribuição de FC neste texto, pedir desculpa talvez seja uma boa
ideia: FC independente de não nutrir nenhum sentimento que corresponda a altura
do que nutres por mim, agradeço, você é uma garota muito especial e que via
ficar marcada na minha vida, desculpa, beijos.
Agora
são cinco e vinte e cinco da manhã, acredito que a praia que minha mãe marcou
para hoje, e se irritou por conta da minha falta de intenção de acompanha-la,
será impedida pela chuva. Este fato me faz lembrar de quantas vezes fiz planos
e não pude concluir por fatos externos a minha vontade. Parei um pouco de
planejar e resolvi fazer, como esse texto que poderia escrever amanhã, depois
ou ano que vem, mas resolvi escrever agora. Meu pai me diz sempre: “Ao homem
pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor” provérbio
bíblico. Sim, você entendeu corretamente eu sou um futuro teórico literário e
poeta, que estuda Nietzsche e outros 10 milhões de ateus, mas que tem plena
convicção do poder de Deus (Frequento igreja protestante, sou cristão, mas não
sou preconceituoso, não tento impor a minha religião para os outros e não quero
que os gays morram. Sou cristão e Márcio Feliciano não me representa,
entretanto acho que essa gente que fica no Facebook criticando a religião
alheia consegue ser tão ridícula quanto os infelicianos).
Passado o momento de fé, estou com sono, ainda irei
estudar o maldito livro de fonética da professora Thaís Cristófaro. Antes que
minha namorada chegue aqui em casa, provavelmente dentro de quatro horas, dormirei
se restar tempo. Esta é a conclusão do texto, como não se trata de uma redação
dissertativa argumentativa, que só serve pra passar mecanicamente no
vestibular, não apresentarei soluções criativas para os problemas. Obrigado por
ler e até a próxima.
Bruno Máriston, louco.
Bruno Máriston, louco.