sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Devaneios da madrugada



Zorra, quem escreve as quatro e vinte da manhã? Eu, Bruno Máriston, aluno de Letras e escritor, além de paranoico, escrevo as quatro e vinte da manhã.  Uma vez tive um surto deste, muito estranho, mas não conta, eu estava apaixonado por uma menina linda chamada Rosa. Agora... Bom, agora eu nem sei o porquê de estar acordado, imagina só o de escrever.
Fiz uma prova na faculdade, falava sobre as teorias de aquisição da linguagem e as dicotomias de Saussure, a Linguística Moderna é ótima, principalmente se levarmos em consideração a outra matéria ministrada pela ótima professora Claudia Norete, Fonética. Bom voltando a falar de dicotomias, ainda não sei muito sobre as de Saussure, entretanto das minhas já estou calejado: Poeta vs Teórico, Menino 18 anos vs Monitor e componente da iniciação científica, Inteligência promissora vs Aluno de Licenciatura, além de namorado de Priscila vs galã, não daqueles de novela, mas com palavras dos mais belos romances de Nicholas Sparks (lábia).
Poeta é maluco. Sem mais, só queria justificar este meus escritos devaneiosos. Dando prosseguimento, eu estava recitando na quarta-feira na bienal, foi ótimo, tratava-se de um recital importante, não por ser na Bienal, muito menos pela quantidade pouco significativa de pessoas, mas pela oportunidade de estar com os caras que me arrastaram para dentro da poesias: um bombeiro e revoltado, chamado Leandro, professor meu de ensino médio, no C.P.M- Lobato, cara que me convidou para recitar no seu evento, Fala Escritor; O outro é um velho gordo e de bigode chamado Jorge Carrano, esse é o cara que pega em meu pé, me xinga de tudo quando é nome e que prometeu-me lançar o  meu primeiro livro.
Começou o recital, lá estavam o melhor recitador que tive a honra de presenciar, o poeta Luiz Menezes de Miranda, foi o apresentador do evento. Após alguns poetas transformarem suas dádivas em significantes, quem me perdoem os linguistas, maiores do que significados e tão sublimes que ultrapassam a barreira do signo, disse Luiz:
- F C, venha até o Palco!
Meu coração gelou e não consegui mais encará-la, pois sabia que com o microfone estava a primeira garota que me pedira um autografo e que outrora eu, sem a menor intenção, partira o coração (Ela nutria sentimentos por mim, entretanto eu estava apaixonado por uma outra garota, Priscila). Ela estava com uma expressão tensa e não conseguia desviar o olhar, quase tive um infarto quando ela começou a recitar um dos poemas que para mim tinha feito. Eu não sei como concluir a contribuição de FC neste texto, pedir desculpa talvez seja uma boa ideia: FC independente de não nutrir nenhum sentimento que corresponda a altura do que nutres por mim, agradeço, você é uma garota muito especial e que via ficar marcada na minha vida, desculpa, beijos.
Agora são cinco e vinte e cinco da manhã, acredito que a praia que minha mãe marcou para hoje, e se irritou por conta da minha falta de intenção de acompanha-la, será impedida pela chuva. Este fato me faz lembrar de quantas vezes fiz planos e não pude concluir por fatos externos a minha vontade. Parei um pouco de planejar e resolvi fazer, como esse texto que poderia escrever amanhã, depois ou ano que vem, mas resolvi escrever agora. Meu pai me diz sempre: “Ao homem pertencem os planos do coração; mas a resposta da língua é do Senhor” provérbio bíblico.  Sim, você entendeu corretamente eu sou um futuro teórico literário e poeta, que estuda Nietzsche e outros 10 milhões de ateus, mas que tem plena convicção do poder de Deus (Frequento igreja protestante, sou cristão, mas não sou preconceituoso, não tento impor a minha religião para os outros e não quero que os gays morram. Sou cristão e Márcio Feliciano não me representa, entretanto acho que essa gente que fica no Facebook criticando a religião alheia consegue ser tão ridícula quanto os infelicianos).
Passado o momento de fé, estou com sono, ainda irei estudar o maldito livro de fonética da professora Thaís Cristófaro. Antes que minha namorada chegue aqui em casa, provavelmente dentro de quatro horas, dormirei se restar tempo. Esta é a conclusão do texto, como não se trata de uma redação dissertativa argumentativa, que só serve pra passar mecanicamente no vestibular, não apresentarei soluções criativas para os problemas. Obrigado por ler e até a próxima. 

 Bruno Máriston, louco.



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